segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Versos

Predileta presença
em vistas
bem perto
onde estive
suspirei

Compus um verso
inspirado
pela ficancia
sem conspiração
um ocaso.

leo durval

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Estrada Percorrida


Vida, oh terna vida;
por onde caminhei ao rever o amor?
por onde percorri em esteios alcançados
bem em diante da verdade
onde meus sentidos alcançam

Nas turvas medidas em tempos
chãos que percorri
os minutos de tormentos já esquecidos
nestas horas meditei
pelas preces incorruptíveis alcancei

[...]

Não mais revelei intenções contraditórias
mesmo em meio a ilusões desaconselháveis
vivi e prossegui:
meu caminhar ainda tímido
já percorrido entre paisagens e veredas;
ao sereno;
ao sol acolhedor

Mesmo em estradas tortuosas
encontro as passagens no momento de outrora
as casas
as colinas
o aroma das flores daquela arvore
onde trazia-me lembranças infantis
jamais apagadas em minha memória

Percorro por esta estrada
por pontes sobre rios em lendas
histórias movidas pelas mentes
lembranças na calmaria de seu leito
os mitos além do imaginário

vou de encontro aos prazeres que desejo
adentrando estradas a fora
seguindo a meta rebuscada em mim
existida no primeiro dia da vida
um destino saboroso estabelecido
na incansável projeção atribuída

Não sozinho estava eu;
sentindo em mim mais que um mero ânimo
ouvi poesias cantadas pelas arvores
ouvi cântico amoroso pelos pássaros
ouvi um anjo me dizendo parábolas
seguia eu em amizades recíprocas

Pelo mundo explorado como levitações
encontrei romances existidos
mesmo se não existissem tais histórias
encontraria algum modo a inventar
viveria meu poema
entre muitas palavras bem colocadas

Sosseguei meu caminhar tão buscado
sem julgares excludentes pelas frases
erguido em uma viva sabedoria
alcançada em instantes que caminhei
não mais um seguimento qualquer
alcancei pela estada de desilusões.

leo durval

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O Barco e o Pescador

Olho a barquinha
por entre o verde mar
sem canseiras
submerso em disposições
como um cão
ao seu dono
o pescador

Em leves ventos ele sempre prossegue
para o infinito
onde o mar e o céu se tocam
onde o azul celeste e o azul marinho:
um infinito

Sempre e deseja
traz ofertas de Posseidom
ou presentes de Janaina
em são Gonçalo pela procissão

Lagostas
xareis; sardinhas;
peixe agulha cor de prata;
pelos dias de verão a verão

O pescador queimado do sol
chapéu de palha amarrado ao pescoço
vivas lembranças
histórias em miúdos
no vai-e-vem das ondas;
e Maria sempre o espera.

leo durval

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Um Instante

Um ócio qualquer
eu
busco algo
busco o que
me pertence

Não uma voz
um
premeditado
algo que
estabelece

Vistos
escutados
momentâneos
em silêncio
algo
re-
-pre-
-sen-
-ta-
-do

uns versos
sol-
-tos
inabaláveis
[simples interesses
escritos em ti] [...]


leo durval

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Composição

Faço algo como canção
divulgações descomprometidas
com apenas um compromisso
compor melodias leves
com situações verdadeiras
fáceis coisas
simples pensares

Foi por ti que compus
versos livres
[sem falácias]
apenas parte de sua vida

Assim adentrei
em uma questão buscada
naturalmente
uma versão transportada.

leo durval

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Inspirações

Inspirei em algo simples
no meu coração solicito
escutando palavras doces
onde a amargor não existia
acima de tudo um sentimento:
algo simples...

Saudades não mais
num sentimento em laudas
este belos sonetos
escritos ao ar
inspirações que vinha de ti.

leo durval

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Lua Mística


Oh, vida natural
que faz almejar muitos sonetos
onde traduções se inspiram
és um dom aos olhos todos

Desperta histórias até o além mar
nos ouvidos
não se ofusca
re-
-pre-
-sen
-ta
significâncias;
amores que excitam
e acorda os desejos

Brincadeiras de volta e meia
forças de raças
virtudes nas poesias
oh, lua mística
desperta os poetas desesperados.

leo durval

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Bossa Nova: 50 Anos

Acontecia algo assim:
pelo vento
melodias e pau e pedras no caminho
dedilhados pelo violão
replicadas pelas notas concertadas do piano
alguma coisa assim:
do coração....

Risonhas frases no papel
poemas como reflexos metafóricos...
risos;
embalos de sussurros;
verbos juntados em versos
alguma coisa assim:
do coração...

Nas auroras de outrora hoje são as mesmas
entre cigarros e outros
sempre e sempre averiguações
Tons retocados
Morais em canções
João de tantos outros
assim nascia algo;
alguma coisa assim;
vez por vezes:
do coração.

leo durval

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Algum Desejo

Admirado pelo teu desejo
ilimitei minhas palpitações
sem reivindicar outros modos
tua atração simbolizava tudo

oh, estrela minha
oh, intimidade completa
onde foges minhas idéias?
poderia eu retribuir de que forma?
mesmo daqui de longe
sinto tua voz refletir

Oh suavidade que me vigora
que desperta mi’alma
lua cris[1]
onde está o meu amor?

leo durval


[1] Lua Cris. Na interpretação de Tom Jobim: o eclipse.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Conversações

Reformei idéias infortúnios
sujeitadas a transformações
tal conversão viabilizou outros sentimentos
em verbos sentimentais
algumas coisas:
idealizadas

Por fim:
julguei os erros.

leo durval

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Opinado

Recolho suspiros
apenas timidamente
pela manhã
pela madrugada adormecida
sonhando alguma coisa
na intima vontade

Com o juízo fértil
animo meu pensar
amistoso por um desejo
opinado pela voz do anjo.

leo durval

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Clarisse lispector



Menina estrangeira brasileira
mulher de ternura e trajectória
imortal poetisa de nossos tempos
reveladora de laços familiares
desperta outros poetas
A Maçã no Escuro jamais escondida

Domesticadas palavras suas
Perto do coração selvagem então fulguras
dentro de nós saudades sempre terna
consciências devidas na razão

Clarisse "Suplemento Cultural"
em Recife passaste tua infância
pelo Rio migraste com a paternal presença
no Brasil seis um ícone
em meio a vida
que dedicaste aos teus versos.

leo durval

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Poema


Uma palavra encontrada
num instante
imaginário
versificado, traduzido,
para quem escuta

Um momento
um sentido
proezas que vem
algo criado
esclarecido

[.]

leo durval